A 16 km da Casa do Azevim
A mais de 1.000 metros de altitude, o homem teve de aprender a viver no território. Castro Laboreiro tem uma característica que a torna única no mundo. O povoado está separado em três distintos tipos de ocupação. Nas zonas mais abrigadas, no vale que se forma logo por baixo do planalto, existem aglomerados de habitação permanente. E, depois, temos ainda as brandas e as inverneiras de origem castreja. Em todo o mundo, só em Castro Laboreiro as brandas são primeira habitação. A ocupação destes dois últimos tipos de aldeia não é permanente, sendo antes utilizadas consoante o clima que se faz sentir. As inverneiras, indica-o o nome, estão nas encostas escondidas do vento norte da Serra da Peneda e são utilizadas de inverno.
CASTRO LABOREIRO




Já as brandas são habitação durante os meses mais quentes. Este esquema adaptado ao clima é de alguma forma comum em zonas de alta montanha. As pessoas viviam aqui entre fevereiro/março e o final de outubro, deslocando-se depois para as inverneiras.
Castro Laboreiro é também conhecido pelo seu fumeiro, nomeadamente os presuntos e enchidos que, pela sua natureza e indiscutível excelência desenvolvida ao longo de séculos, capta cada vez mais os paladares de quem visita este lugar. Preparado e curado em condições naturais, pelas suas excecionais qualidades de aspeto, cor, textura ou consistência, aroma e paladar, tem pergaminhos firmados há já mais de 500 anos.
As boas características dos produtos do fumeiro tradicional ainda se mantêm ligadas ao fabrico artesanal e à família rural.
Aqui, existem alguns restaurantes onde poderão degustar tais iguarias e outras, tais como pratos à base do cabrito, e do bacalhau com a broa tipicamente cozinhados nos fornos de lenha.
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Castelo de Castro Laboreiro
Trilhar o alto do monte de Castro Laboreiro, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, permite conhecer a antiga fortaleza de Castro Laboreiro e, ao mesmo tempo, desfrutar das mais belas vistas que Melgaço possui. Para aqui chegar, o caminho não é fácil. Subir uma boa parte a pé, até alcançar cerca de 1033 metros de altitude, pode ser um desafio. Mas, bons desafios valem ouro! Este deixa, sem dúvida, esquecer todo o caminho que ficou para trás, tal é a beleza e imponência da paisagem! Da antiga fortificação medieval, quase em ruínas, é possível descortinar restos das muralhas, a torre de menagem e uma velha cisterna. A porta principal, designada Porta do Sol, é visível do lado nascente, enquanto a Porta da Traição ou do Sapo, no lado norte, dá acesso ao terreiro interior. A história deste local começou na Idade do Ferro, sendo mais tarde aqui construída a fortaleza, pela mão de Dom Afonso Henriques. Depois de ser destruído por um violento temporal, Dom Diniz reconstruiu-o – tudo isto prova a sua importância estratégica e histórica, que apenas vem reforçar o misticismo que o local transmite.
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Pontes
Ponte da Cava Velha, Ponte Velha de Castro ou Ponte da Dorna, são algumas das pontes que podemos admirar em Castro Laboreiro. Algumas medievais, outras romanas e outras mais recentes, conferem, todas elas, uma beleza ímpar ao meio em que se inserem.
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Moinhos
Podem ser observados a partir da Ponte Velha ou fazendo um pequeno percurso pedestre, com início junto ao Núcleo Museológico de Castro Laboreiro, que conduz a um miradouro natural de onde se observa a ponte, os moinhos e as cascatas do Laboreiro. Neste ponto, recomenda-se, porém, um cuidado redobrado no sentido de evitar acidentes. Não deve ser visitado em períodos de chuva, geada ou neve.
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Cascatas do Laboreiro
Esta queda de água é formada pelas águas do rio Castro Laboreiro que atravessa neste local serrano um acentuado desnível e precipita-se do cimo de altas fragas rochosas num mar de espuma branca. Localiza-se numa paisagem de montanha, no alto planalto nortenho. Nas suas imediações existem vários vestígios megalíticos e, a alguma distância, a fronteira com Espanha. Esta cascata encontra-se a sul da Ponte Velha de Castro Laboreiro e pode ser vista do cimo das muralhas do Castelo de Castro Laboreiro.
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Museu de Castro Laboreiro
É na sede da antiga Fábrica de Chocolates de Caravelos que atualmente se pode visitar o Núcleo Museológico de Castro Laboreiro. Aqui pode ficar a conhecer a cultura Castreja da região, a paisagem e as vivências locais, tudo coadjuvado com um vasto espólio de documentos fotográficos e documentários sobre a freguesia. Vai ficar com vontade de colocar a mochila às costas e partir à descoberta destes locais! Para terminar a visita, transite para a casa anexa à sede, um edifício tipicamente castrejo onde poderá vislumbrar o dia-a-dia numa habitação regional na segunda metade do século XX. Vai encantar-se com o mobiliário simples em madeira escura, com as mantas típicas da região e com os pequenos e castiços pormenores que dão vida à casa, como as lamparinas, os potes em barro e até um penico debaixo da cama…
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Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro
Necrópole pré-histórica, de grande dimensão, constituída por cerca de 62 mamoas, na sua maioria contendo dólmen megalítico. A sua localização isolada e coberta de vegetação rasteira, longe de qualquer aglomerado urbano, está na base de uma boa preservação e de uma visualização facilitada.